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De Técnico a CEO: O Que Mudou na Minha Perspectiva?

Quando olho para trás e relembro o início da trajetória profissional como técnico do nosso segmento, lembro de uma rotina intensa, desafiadora e, ao mesmo tempo, recompensadora. O cenário era simples: nós, os equipamentos, e uma missão clara — garantir que o serviço funcionasse. A cada cliente atendido, a cada rede configurada, a cada problema resolvido, sentíamos que estávamos fazendo a diferença. Era um trabalho técnico, objetivo, centrado na execução. Naquele momento, nosso mundo era composto por cabos, roteadores, protocolos, e, principalmente, pela satisfação imediata de ver tudo funcionando após a nossa intervenção.

Mas a vida profissional é feita de fases, de aprendizados e de viradas de chave. A no maior delas foi a transição de técnico para gestor. De gestor para líder. E, por fim, de líder para CEO. A cada etapa fomos forçados a abrir mão de certezas, desafiar as nossas convicções e, principalmente, mudar nossa perspectiva sobre o que é, de fato, construir algo duradouro.

Da execução à construção de visão

Como técnico, nossa missão era clara e direta: fazer com que o serviço estivesse operacional. Se um cliente estava sem conexão, íamos até lá, avaliava, diagnosticava e resolvia. Era uma lógica simples de problema e solução. Mas quando assumimos a cadeira de CEO, percebemos que o jogo era outro. Já não bastava saber resolver. Era preciso entender por que aquele problema surgiu, como ele impacta o negócio, o que ele revela sobre nossos processos e o que precisa ser feito para que não volte a acontecer.

O técnico dentro de nós sempre teve uma visão pontual. O CEO que estamos nos tornando todos os dias precisa ter uma visão de longo prazo. Hoje, antes de pensar na solução técnica, precisamos pensar em como essa decisão se alinha à estratégia da empresa, aos nossos objetivos, ao nosso posicionamento de mercado e à experiência do cliente como um todo.

De fazer com as próprias mãos a formar pessoas

Um dos maiores desafios — e aprendizados — dessa transição foi entender que liderar não é fazer, mas sim formar. Como técnico, tínhamos orgulho de saber fazer bem. Gostávamos da agilidade, da eficiência, da confiança que os outros depositavam na nossa capacidade de resolver. Mas, ao nos tornarmos CEO, percebemos que nosso papel passou a ser outro: fazer com que outras pessoas saibam fazer, e até melhor do que nós faríamos.

Delegar, inicialmente, era um exercício de desapego. Levamos tempo para entender que confiar em um time não significa abdicar do controle, mas sim potencializar resultados. Hoje, nossa realização vem ao ver um colaborador crescer, tomar decisões acertadas, resolver conflitos com maturidade e, principalmente, assumir responsabilidades. Cada colaborador bem formado é um multiplicador da cultura que estamos construindo.

Do técnico especialista ao líder generalista

Outra mudança importante foi a forma como encaramos o conhecimento. No papel técnico, aprofundarmos em detalhes, conhecer cada protocolo e dominar ferramentas era essencial. No papel de CEO, precisamos sair da especialização e mergulhar em novas áreas: gestão de pessoas, finanças, marketing, inovação, compliance. Não porque nós vamos executar cada uma dessas tarefas, mas porque precisamos compreendê-las o suficiente para tomar decisões estratégicas e liderar com consciência.

Passamos a ter que entender sobre liderança, inteligência emocional, cultura organizacional, experiência do cliente e planejamento estratégico. Hoje, sabemos que liderar uma empresa é lidar com variáveis humanas, mercadológicas e tecnológicas, muitas vezes ao mesmo tempo. A técnica continua importante, mas virou apenas um dos pilares — e não o único.

De resolver problemas a evitar que eles surjam

No início da carreira, resolver problemas era o coração do nosso trabalho. E confesso: havia até uma certa adrenalina nisso. O desafio, o cliente insatisfeito, o tempo correndo… e, no fim, a satisfação de ter resolvido. Mas hoje, como CEO, aprendemos que sucesso não é apagar incêndios — é criar sistemas e processos tão bem estruturados que o fogo nem chega a começar.

Isso envolve pensar em fluxo de atendimento, em ferramentas de monitoramento, em capacitação preventiva da equipe, em mapeamento de falhas recorrentes e, acima de tudo, em escutar o cliente continuamente. O papel da liderança é antecipar. É prever onde pode haver atrito e agir antes. É cuidar da experiência do usuário como algo estratégico, e não apenas como consequência da operação.

De profissional técnico a guardião de uma cultura

Talvez uma das maiores mudanças de perspectiva tenha sido perceber que ser CEO é, acima de tudo, ser o guardião da cultura da empresa. A forma como nós lidamos com os erros, como trato as pessoas, como reconhecermos um bom trabalho e como comunicamos as decisões influencia diretamente no clima da organização. A cultura não está escrita num quadro na parede — ela está nas atitudes cotidianas, nas conversas de corredor, nas decisões difíceis.

Como técnico, nosso exemplo influenciava nosso trabalho. Como CEO, nosso exemplo influencia toda a empresa. Hoje, sabemos que o modo como lideramos define o tipo de empresa que estamos construindo: mais humana, mais ágil, mais conectada com as pessoas e mais preparada para os desafios do futuro.

A técnica nos levou longe. A liderança nos ensina a seguir.

Olhar para trás e reconhecer a trajetória de técnico a CEO é, antes de tudo, um exercício de humildade. Continuamos carregando com orgulho a nossa base técnica. Ela moldou nossa forma de pensar, nossa lógica de resolver, nossa resiliência. Mas liderar exige mais: exige visão, empatia, coragem, paciência e, sobretudo, a capacidade de evoluir constantemente.

O que mudou nessa perspectiva? Quase tudo. Mas, curiosamente, continuamos sendo movidos pela mesma paixão: fazer com que as coisas funcionem — agora, em uma escala muito maior, com impacto mais profundo, e com a consciência de que liderar é transformar. Não só o negócio, mas as pessoas, as relações e, quem sabe, a própria comunidade ao nosso redor.

ATÉ AQUI, FIZ UM RELATO FICTÍCIO COMO SE FOSSE EU, OLHANDO PARA TRÁS, NO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO COMO DONO DE UM PROVEDOR.

E para você, que ainda tem que se desenvolver, vou deixar meus pontos focais para que você se prepare para esse desafio.

  1. Autoconhecimento e Mudança de Mentalidade

Objetivo: Reconhecer que o papel de CEO exige uma visão ampla, estratégica e orientada por pessoas, não apenas por soluções técnicas.

Ações:

  • Faça uma autoavaliação sobre seus pontos fortes e fracos como líder.
  • Participe de sessões de mentoria ou coaching executivo.
  • Leia livros sobre liderança, mentalidade de crescimento e inteligência emocional (ex: Mindset, O Monge e o Executivo, Empresas Feitas para Vencer).
  • Reflita: “O que me trouxe até aqui é suficiente para me levar adiante?”
  1. Formação em Gestão e Estratégia

Objetivo: Adquirir as competências fundamentais para gerir uma empresa além do domínio técnico.

Ações:

  • Faça cursos em áreas como finanças, gestão de pessoas, marketing estratégico e planejamento empresarial (pode ser online – FGV, Sebrae, Coursera, etc.).
  • Estude modelos de negócios e KPIs (Indicadores-chave de desempenho).
  • Participe de grupos ou comunidades de empreendedores para aprender com outras experiências.
  1. Construção de Liderança e Cultura Organizacional

Objetivo: Desenvolver uma liderança inspiradora e estabelecer uma cultura sólida dentro da empresa.

Ações:

  • Crie ou fortaleça os valores da empresa e compartilhe com toda a equipe.
  • Defina rituais de cultura (reuniões semanais, feedbacks frequentes, celebração de resultados).
  • Estimule autonomia e empoderamento nos líderes intermediários.
  • Pratique escuta ativa: entenda o que os colaboradores sentem e precisam.
  1. Estruturação de Processos e Delegação

Objetivo: Sair da execução operacional e atuar de forma mais estratégica.

Ações:

  • Mapear as principais atividades da empresa e identificar o que pode ser delegado.
  • Criar procedimentos operacionais padrão (POPs) para manter a qualidade sem depender exclusivamente de você.
  • Formar líderes operacionais para cada área (atendimento, técnico, comercial, etc.).
  • Estabelecer um sistema de acompanhamento de desempenho (com metas e indicadores).
  1. Fortalecimento da Comunicação e Visão Estratégica

Objetivo: Comunicar claramente a direção da empresa e engajar o time em torno dessa visão.

Ações:

  • Defina missão, visão e objetivos de curto, médio e longo prazo.
  • Crie um plano estratégico simples, com metas realistas e indicadores mensuráveis.
  • Compartilhe a visão com a equipe de forma clara e constante.
  • Realize reuniões de alinhamento para acompanhar a execução e promover transparência.
  1. Evolução Contínua como Líder e Empresário

Objetivo: Manter-se em crescimento constante para acompanhar as mudanças do mercado e das necessidades da empresa.

 

Ações:

  • Participe de eventos, fóruns e encontros de empresários.
  • Busque feedbacks regulares da equipe sobre sua atuação como líder.
  • Avalie a performance do negócio com frequência e ajuste a rota quando necessário.
  • Invista em inovação, novas tecnologias e melhoria contínua dos serviços.
  1. Cuidar da Transição Pessoal

Objetivo: Equilibrar o novo papel com a vida pessoal e manter o bem-estar mental e físico.

Ações:

  • Estabeleça limites saudáveis entre trabalho e vida pessoal.
  • Crie uma rede de apoio (familiares, amigos, mentores).
  • Pratique atividades que aliviem o estresse (exercício físico, hobbies, meditação).
  • Lembre-se: liderar também é cuidar de si para poder cuidar dos outros.

A transição de técnico para CEO é um processo de amadurecimento, aprendizado e reinvenção. Exige humildade para reconhecer que novas habilidades precisam ser desenvolvidas, coragem para delegar e confiar, e visão para guiar a empresa por caminhos sustentáveis e inovadores.

Te desejo muito sucesso nessa empreitada, e conte comigo. Quem sabe comemoraremos juntos seu sucesso! VouAR sem limite.

André Ribeiro

Ispmais

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