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Expansão da Conectividade Regional: O papel das Associações nas novas linhas de crédito

Temos presenciado que a crescente e inevitável demanda por conectividade digital, especialmente em áreas menos atendidas, tem impulsionado diversas iniciativas e políticas públicas voltadas à expansão da banda larga fixa no Brasil. Nesse cenário, a atuação setorial dos integrantes do Grupo de Trabalho das Associações de Provedores Regionais se tornou cada vez mais essencial nas parcerias entre as instituições financeiras e o governo federal, incentivando a geração, o mapeamento e a captação de novos investimentos para o setor de telecomunicações no país.

 

Entre as principais movimentações recentes, destaco a colaboração técnica junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que aprovou empréstimo de US$ 100 milhões destinado a melhorar a conectividade digital em municípios brasileiros com menos de 30 mil habitantes. Como representante dos pequenos provedores de internet, a Abrint foi naturalmente uma das principais articuladoras desse diálogo com o BID, colaborando com a apresentação de dados e pesquisas que revelaram um cenário promissor, mas ainda desafiador, para os provedores regionais.

 

Todo o diálogo entre as Associações auxiliou o lançamento do novo Programa Acessa Crédito Telecom, pelo Ministério das Comunicações, que utilizará recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST). De maneira inédita e com execução prevista já para 2025, o programa também priorizará áreas com comunidades quilombolas, tradicionais e povos indígenas, assegurando que todos os brasileiros tenham acesso aos serviços ofertados, contribuindo progressivamente para a inclusão digital em todo o país, um dos principais pilares da nossa atuação enquanto entidade representativa.

 

Com cerca de 100 empresas de telecom participando do levantamento, os estudos demonstraram o interesse de 88% dos provedores em solicitar novos empréstimos nos próximos 12 meses para investir na ampliação da infraestrutura, por exemplo. A pesquisa mostrou um forte apetite dos provedores para investimentos nos próximos 12 meses, principalmente para crescimento, seja através da expansão e modernização de suas redes, ou por meio de fusões e aquisições.

 

Essa demanda já percebida pelo mercado financeiro, uma vez que nossa pesquisa mostrou que 75% dos provedores já possuem relacionamento com instituições financeiras e tem um empréstimo vigente. Contudo, o acesso aos recursos financeiros segue concentrado em linhas de financiamento de curto prazo, que não são compatíveis com o nível de investimento necessário para a ampliação de redes ou melhoria dos equipamentos. Além disso, a pesquisa reforçou a percepção sobre os desafios recorrentes enfrentados pelos ISPs, como a falta de garantias reais e os juros desequilibrados, questões que já apontamos como uma das responsáveis pelas barreiras ao desenvolvimento do setor.

 

Portanto, logo percebemos que essa realidade evidenciou a importância de iniciativas que são voltadas à criação de novas linhas de crédito, com o potencial de desbloquear oportunidades para os provedores de internet, especialmente aqueles que atuam em regiões mais remotas e isoladas. No futuro, a expansão da conectividade para as regiões menos assistidas vai depender de uma operação de crédito sólida, que permita equilibrar economicamente a operação em regiões de menor densidade populacional ou baixo poder de compra. A expectativa é que a expansão da cobertura de conectividade digital nessas áreas beneficie aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, apenas com o Programa Acessa Crédito Telecom.

 

Nesse contexto, a Abrint também se posicionou como fonte de informações e ponte entre os provedores e as instituições financeiras, engajando e sinalizando-os acerca das possibilidades de acesso aos recursos que serão importantes para a ampliação da infraestrutura de conectividade no país.

 

Presenciamos que, igualmente atento à crescente demanda por crédito, o Ministério das Comunicações anunciou, durante a Futurecom 2024, novas estratégias de financiamento para 2025, utilizando recursos do FUST da mesma maneira. Uma dessas estratégias consiste em mais uma linha de crédito a ser disponibilizada para micro, pequenas e médias empresas, com foco em provedores que tenham receitas anuais de até R$ 300 milhões.

 

Nesse sentido, reforçamos a importância dos provedores locais, responsáveis por representar mais de 50% da totalidade de acessos à banda larga fixa no Brasil, atualizarem documentações, certidões e dados contábeis e os dados de acesso junto à Anatel. Para dessa forma estarem aptos a efetivarem o acesso ao crédito.

 

Sendo assim, fica evidente que a contínua atuação das associações em prol do setor tem contribuído para o desenvolvimento das telecomunicações, com a captação de iniciativas financeiras que são essenciais para a expansão da banda larga fixa, sobretudo nas regiões mais remotas. Com a crescente demanda por conectividade, notamos que o fortalecimento dessas parcerias será fundamental para garantir que o país continue avançando em direção à inclusão digital e ao desenvolvimento econômico sustentado pela infraestrutura tecnológica.

ABRINT

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